Memorial



Uma pérola de uma amiga artista plástica.
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OBRA DE ARTE 
GIOVANA ZIMERMANN

RESIDENCIAL ÍRIS 
RODES ENGENHARIA LTDA 
MEMORIAL 

A Arte Pública nos leva a refletir sobre as diversas possibilidades de intervenções com a cidade. Assim como a Arte Pública, a Arquitetura constitui de intervenção nos espaços, porém sua maneira de intervir é mais literal. A Arte pode ser mais sutil e metafórica propondo construir parênteses que funcione com espaço ficcional, deixando suspensas essas fronteiras com o espaço real. 

O espaço que já se considera ocupado e delimitado, dentro da cidade, pode e deve continuar sendo um lugar das expressões sociais, e o nosso grande desafio é saber ocupá-los. 

O edifício, que também será comercial, inevitavelmente terá sua fachada ocupada pela publicidade das lojas que lá estarão estabelecidas. Essa é a realidade da paisagem urbana contemporânea, com seus espaços territoriais valiosos e “úteis”. Nesta medida, pensei que um contraponto para o caos urbano poderia ser justamente a sutileza, a delicadeza da poesia instalada na calçada. 

Há alguns anos recebi pelo correio, uma carta de uma poetisa catarinense, que teria lido uma matéria no jornal A Notícia, 12/08/99, sobre uma exposição que eu estava realizando no Museu da Imagem e do Som. A matéria se intitulava “A dor por um fio” e Rita de Cássia Alves, se estimulou em escrever uma poesia dedicada a este trabalho. Achei maravilhoso o desdobramento que a uma Arte pode suscitar a outra. Mais tarde ela publicou um livro, e nele a poesia “A dor por um fio” com dedicatória. 

Ocorre que neste livro muito me agradou uma poesia intitulada “Sapatos”, que se resume em uma frase: 

“Num canto, guardam os passos e aguardam todos os caminhos” 

(Rita de Cássia Alves) 

Neste trabalho minha intenção será gravar na calçada essa pequena poesia, muito sutil, e que ao meu ver fala de passagem. 

Citação da autoria da poesia e histórico do trabalho: 

O trabalho deverá contar com um memorial no local, possivelmente no chão detalhando informações sobre o trabalho, e sobre a participação de uma poesia de autoria de Rita de Cássia Alves, poetisa catarinense. Ficou definido também que o trabalho deverá ser entregue à população, juntamente com a inauguração do empreendimento. 







PROCESSO CRIATIVO

Revestimento - petit-pavê: 

Para conceber o trabalho, que compreenderá uma extensão de cerca de 50 m o projeto passou por várias fases, a primeira foi a escolha do material a ser empregado para a execução da obra. Depois de pesquisar diversos materiais, entendi que o mais adequado era o petit-pavê. 

O Layout – Mapa de Logradouros: 

Fiquei encantada com os desenhos formados pelas rodovias, ruas ou servidões vistas em planta baixa. Com o auxilio de máscaras fui identificando formas, elementos de uma composição que delimitaria o espaço da poesia, como em uma espécie de brincadeira com o urbano e suas possibilidades plásticas. A frase, onde tudo começou costurava o trabalho, falando de passagens e de caminhos. 

“A cidade favorece a arte, é a própria arte” (Mumford citado por Argan)


Rua Araci Vaz Callado, S/N - Estreito – Florianópolis - SC 

MEMORIAL DESCRITIVO



Optei pela continuidade da composição especialmente para poder contar com a possibilidade da obra sofrer alteração, em um futuro remoto ou não. Será entregue ao espaço público com 4,65m, mas nela estará previsto um corte de 2m, referente ao alargamento viário do plano diretor da cidade de Florianópolis. 


OBRA DE ARTE 
GIOVANA ZIMERMANN

RESIDENCIAL ÍRIS 
RODES ENGENHARIA LTDA